Home office pede reflexão sobre metas

Como o home office ajuda as empresas na definição de metas?

Se sua empresa decidiu limpar as maçanetas a cada duas horas, avance uma casa no tabuleiro. Se a empresa decidiu de vez criar o formato de trabalho home office como modelo de produtividade, avance três casas no tabuleiro.

Agora, se sua empresa decidiu pelo home office e junto rediscutiu metas individuais, com indicadores, com regras de entregas de qualidade, avance 10 casas.

O coronavírus chegou antes do aumento dos preços dos aluguéis.

Entendendo um pouco de economia desde anos 2000

A partir dos anos 2000 a economia brasileira engatou terceira marcha (preço de commodities nas alturas, o que criou um balanço de pagamentos positivo em dólares e hoje temos mais de US$350 bilhões de reservas externas). O financiamento público (a juros subsidiados) assegurou o crescimento até 2013/2014, mesmo com a crise do mercado sub prime norte americano em 2008/2009. Com gasto público e endividamento do governo nas alturas, a conta chegou em 2015 e 2016, com o PIB tombando perto de 7%.

Um dos efeitos do crescimento econômico acelerado foi percebido sobre o preço dos aluguéis nos grandes centros, o que provocou empresas e empresários a pensarem mais na opção do home office, ao menos como experiência.

A mesma China, epicentro da demanda por commodities nos anos 2000, agora expõe o mundo ao coronavírus.

RH cria o home office (e os chefes as metas)

As alternativas (ao menos viáveis) para lidar com a pandemia é permitir que as pessoas trabalhem de casa, ou à distância. É perfeito do ponto de vista de praticidade, e segurança uma vez que menos pessoas irão circular pelas vias, pelo comércio, pelo sistema de metrôs e transporte público. Certamente com efeitos negativos sobre a economia de serviços, ponto forte da capital São Paulo.

Nunca teste a profundidade da piscina com os dois pés

Antes da reforma trabalhista o home office fazia parte das discussões sim, mas ainda com aquela nuvem preta da incerteza jurídica. Com a reforma, muitos pontos foram estabilizados e bastava a empresa ter interesse em testar essa prática para descobrir algumas vantagens.

Vantagens à vista (nem todas)

Como qualquer acionista sabe, um funcionário custa seu salário e mais a infra para ele produzir, os recursos, materiais, mesa, cadeira, laptop, uniformes, EPI´s e o mais caro de todos, o espaço. Expandir a operação significa investir em espaço, mesmo em empresas onde a tecnologia é o business. Investir em espaço físico é caro e burocrático, precisa de reforma, precisa de AVCB, precisa de ergonomia, enfim.

Coronavísus, pode ser sorte ou azar

Com um pouco de sorte você pode tirar grande proveito do coronavírus. Imagine aquele funcionário que você precisa há tempos ter uma conversa franca sobre produtividade, e agora você tem o motivo, o famigerado coronavírus e o home office. Claro.

A medida que sua empresa testar o modelo todos vão perceber que as entregas vão ficando mais organizadas, ainda que as pessoas façam home office uma vez por semana, metas precisam ser estabelecidas e acompanhadas.

Não há outra solução mais perfeita, o sucesso do home office está no foco, na organização, na discussão sobre o que se deve entregar, com qual qualidade e prazo.

Resumo da ópera (e da produtividade)

Se a empresa até hoje não teve coragem para discutir regras e de fato praticar home office, está é a hora, especialmente por um motivo muito importante.

Aproveite para discutir as metas, seus conceitos, quais indicadores podem ser destacados como mensuradores de performance.

Aproveite para dar um feedback sobre o trabalho que a pessoa tem feito e também o que você espera dela no trabalho à distância.

Algumas pessoas podem até pensar que este modelo de metas criado a partir da necessidade do home office pode estimular maior competição interna. Alguns inclusive vão perguntar se haverá uma premiação extra por entregas extras… PREPARE-SE!

De qualquer maneira, acredito que muitas boas surpresas podem surgir de conversas sobre metas, produtividade, desempenho individual, expectativas de ambos os lados. As dificuldades todos os dias nos desafiam a buscar meios inteligentes de superação…

Com o coronavírus não será diferente!

Acesse o relatório do Termômetro do Emprego para se atualizar e entender como RH´s e empresas se adaptam ao tempo de pandemia.

Sobre o autor

Marcelo Samogin, Diretor da REMUNERAR, consultoria especializada em remuneração estratégica e soluções de meritocracia. Nos últimos 30 anos atuou como profissional especialista em remuneração e executivo de RH nos segmentos de indústrias B2B e B2C, prestação de serviços e varejo de luxo. Fundou e lidera desde 2011 a consultoria REMUNERAR que atendeu mais de 50 clientes e projetos exclusivos de meritocracia desde 2011. Professor convidado da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) e Fundação Dom Cabral (FDC PAEX) para os temas Gestão de Pessoas e Remuneração Estratégica. Ex diretor do Grupo de Remuneração e Benefícios da AAPSA. Coordenador do Grupo de Remuneração Estratégica da ABRH-SP Região Oeste.

Sobre a Remunerar

A REMUNERAR tem por missão desenvolver soluções inteligentes de remuneração e recompensa que transformem os desafios de produtividade e crescimento de seus clientes em oportunidades para obterem resultados diferenciados através das pessoas.

São 11 anos de história e mais de 80 clientes atendidos em projetos exclusivos de remuneração e meritocracia.

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