Por Marcelo Samogin, Diretor da Remunerar.com.br
O estudo recente liderado pela consultoria Remunerar procurou identificar além dos salários pagos aos profissionais desta área, indicadores de produtividade. Participaram da pesquisa 100 empresas que empregam cerca de 110.000 funcionários. Foram capturadas 724 informações salariais de 1280 profissionais de RH. A seguir temos alguns dados adicionais sobre o perfil da amostra de empresas.
Metodologia
A amostra salarial dos 29 cargos de RH da pesquisa foi propositalmente dividida entre dois grupos distintos, sendo eles: Grupo de empresas que em média pagam abaixo da mediana de mercado e outro grupo que em média paga acima da mediana, considerando o total em dinheiro (TD), ou seja, salário fixo mais premiações. Este tipo de análise nos proporcionou observar por grupos como algumas práticas de RH acontecem nas empresas, e também graus de agressividade para enfrentar os desafios da gestão de talentos. Na essência nos perguntamos se as empresas que pagam os salários acima da mediana de mercado também são agressivas em outras práticas de gestão de pessoas, e a resposta é sim, ao menos para as práticas abaixo e para o grupo de 100 empresas participantes da pesquisa.
Efetivo no RH e produtividade
A produtividade das áreas de suporte é um diferencial competitivo entre as empresas, e na área de gestão de pessoas não é diferente. A pesquisa também mostrou que a relação numérica entre efetivo de RH versus efetivo geral de funcionários também é diferente entre as empresas. As empresas que pagam acima da mediana são mais produtivas e mantém um time de RH para atender cerca de 8,1% mais funcionários. Aqui consideramos o time de RH efetivo mais os estagiários, conforme o critério da pesquisa.
Aproveitamento interno
Outro dado interessante nasceu da análise dos dados de aproveitamento interno para as vagas abertas. A rigor quando a empresa prepara seus profissionais e cria a cultura interna de meritocracia e evolução na carreira o aproveitamento de funcionários para ocupar novas vagas passa a ser um elemento relevante dentro da estratégia de gestão de pessoas. Esta prática também contribui para aumentar a produtividade da área de recrutamento e seleção, especialmente quando o mercado de trabalho está aquecido, como percebemos nos últimos 4 anos.
Analisando os dados agrupados das empresas segundo seu posicionamento frente à mediana de mercado também percebemos uma boa notícia. As empresas que pagam acima da mediana de mercado aos profissionais de RH têm praticamente o dobro de aproveitamento interno para as vagas abertas. Ou seja, além de se posicionarem de maneira competitiva para remunerar o time de RH tais empresas também valorizam a “prata da casa”.
Programas de qualidade de vida
Mais uma boa notícia vinda do estudo quanto analisamos a presença de programas de qualidade de vida, entre eles, o programa de alimentação saudável e programa de atividades físicas.
A realidade das empresas onde os profissionais de RH recebem acima da mediana é bem diferente em comparação ao grupo de empresa que pagam em média abaixo da mediana de mercado. Encontramos entre as empresas que pagam acima da mediana mais que o dobro de casos de práticas de programas de alimentação saudável. Os programas de atividade física são também mais presentes entre as empresas que remuneram acima da mediana de mercado seus profissionais de RH. No caso dos programas de atividade física, as empresas que pagam acima da mediana proporcionam cerca de 3,5 vezes mais incentivos de atividade física contra as empresas que remuneram abaixo da mediana.
Tempo no cargo
Outro dado interessante pesquisado foi o tempo que o ocupante do cargo está efetivamente sentado na cadeira. Novamente os dados da pesquisa sugerem que as empresas que pagam acima da mediana de mercado mantém um efetivo de analistas que estão no cargo a mais de 3 anos (todos os analistas) de cerca de 10,2% maior que o grupo de empresas que pagam abaixo da mediana de mercado. Temos outro indicativo aqui de que a remuneração acima da mediana de mercado também corrobora com um maior poder de retenção de profissionais.
Analisando os mesmos dados agora para o grupo de gerentes, independente de sua expertise ou atuação, percebe-se que os resultados são semelhantes. Embora num percentual menor. As empresas com posicionamento salarial acima da mediana mantém um contingente maior de gerentes com 3 ou mais anos de casa de cerca de 3,3%.
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Sobre o autor
Marcelo Samogin, Diretor da REMUNERAR, consultoria especializada em remuneração estratégica e soluções de meritocracia. Atua há 28 anos como especialista em meritocracia e inteligência em remuneração em diversos segmentos de indústrias, prestação de serviços e varejo de luxo. Professor convidado da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) e Fundação Dom Cabral (FDC PAEX) para os temas Gestão de Pessoas e Remuneração Estratégica. Ex diretor do Grupo de Remuneração e Benefícios da AAPSA. Atual coordenador do grupo de Remuneração Estratégica da ABRH Regional Oeste em São Paulo. Para mais informações acesse: www.remunerar.com.br
Sobre a Remunerar
A REMUNERAR tem por missão desenvolver soluções inteligentes de remuneração e recompensa que transformem os desafios de produtividade e crescimento de seus clientes em oportunidades reais de ganhos e resultados diferenciados através das pessoas.