Enquete Remunerar com 144 empresas revela como os representantes da área de gestão de pessoas e RH percebem em suas empresas as mudanças propostas. Que a atual legislação trabalhista e seu emaranhado de artigos e súmulas está ultrapassada já sabemos. A economia inteira também sabe que ela não estimula a criação de novos empregos.
Nem mesmo um governo trabalhista enfrentou tal reforma, mas agora temos a reforma na pauta do congresso nacional prestes a ser negociada e aprovada. No calor da discussão criamos a enquete e perguntamos aos representantes de RH o que acham das reformas propostas.
Qual o impacto econômico em sua empresa? De forma geral que importância as mudanças teria para a empresa? Que grau de motivação elas trariam para os funcionários? Ao todo 144 empresas responderam as questões acima sobre cada tema da reforma. Juntas elas geram cerca de 195 mil empregos diretos e faturaram em 2016 cerca de R$15 bilhões.
O gráfico acima talvez seja o mais relevante do estudo todo. Nada mais, nada menos que cerca de 47% das empresas entendem que as mudanças propostas aumentam a competitividade da empresa. Outro gráfico revela que cerca de 38% das empresas também entendem que as mudanças propostas podem sim criar mais empregos.
A pergunta que não quer calar foi feita aos representantes de RH das empresas. Afinal os direitos trabalhistas estão em risco? Para exatos 43,1% das empresas não há percepção de risco de perdas de direitos trabalhistas.
Muitos outros temas foram explorados na pesquisa, home office, trabalho parcial, pactuação da jornada de trabalho, e também a extensão do acordo coletivo após sua expiração. Este último muito polêmico. Ficou claro que para cerca de 52% das empresas esta mudança é entendida como positiva ou muito positiva.
Como conclusões do estudo, ao menos pelas lentes do pessoal de RH, podemos destacar os pontos abaixo:
Trabalhar para modernizar as leis para tentar criar novos empregos e mudar a relação capital e trabalho no Brasil é uma discussão com forte viés ideológico, não pragmático-econômico, tornando o processo de negociação no congresso nacional bastante complexto.
Sob o argumento da precarização do trabalho, vários grupos preferem manter tudo como está, com a tal garantia dos direitos conquistados, sem se importar com os trabalhadores que perderam seus empregos e nem fazem mais parte das estatísticas oficiais de desemprego formal medido pelo governo central.
Empresas e empregados se sentem prontos e querem sim negociar diretamente as condições de trabalho. A participação dos sindicatos nas negociações pode ser sim conquistada por mérito dos sindicalistas, não pela obrigatoriedade da tutela da lei, como até hoje aconteceu.
Menos estado e mais mercado. De forma objetiva os empregados e empresas poderão negociar condições mais adaptadas para tipos específicos de operações, tornando as empresas mais competitivas e eficientes. Vide gráfico acima sobre competitividade.
Desde o início do processo de industrialização há mais de 200 anos sabemos que as relações de trabalho são um pilar importante dentro da estratégia competitiva de um país.
Desde então sempre existiram empresas gananciosas e medíocres, e outras muitas empresas sérias e responsáveis. Honestamente, não acreditamos que empresas deste segundo grupo estejam dispostas a arriscarem sua reputação de mercado e valor de marca junto aos empregados e clientes em troca da precarização das relações e condições de trabalho em razão de uma nova trabalhista.
Para receber um relatório compacto sobre o estudo realizado pela Remunerar, envie um e-mail para contato@remunerar.com.br