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OKRs e a visão da Remunerar

Speedometer icons set, simple style

Importante falar sobre tendências, mesmo que algumas se pareçam “mais do mesmo”. De fato a gestão por OKR´s pode despertar discussões sobre desempenho de uma forma diferente. Isto é importante.

Certamente você em sua empresa, como empreendedor ou líder de RH tenha se deparado com uma questão complexa: Desdobramento de metas por área, e individualmente.

 

Ebitda, ROE, ROIC, EVA são indicadores de desempenho do negócio para gestão do C-Level, conselho de administração e acionistas

O maior desafio das empresas é aproximar um indicador importante (sejam KPI´s ou OKR´s) da base, do chão de fábrica, e fazer com que todos (1) entendam e (2) se conectem para criar valor para a empresa a partir de seu “mundinho” ou cargo.

Nem sempre é fácil (e possível) tirar a cabeça do cargo e entender o contexto de valor que a empresa entrega aos clientes. Mas os OKR´s eram necessários. Então entre as montanhas e o pacífico, entre San Mateo e San José, ao sul de San Francisco, numa travessa da famosa avenida El Camino, perto de Stanford, eis que surgem os OKR´s para exponenciar resultados de muitas empresas.

Os OKR´s surgiram para desafiar as pessoas no seu “mundinho”. Também acreditamos que ele supri uma falha de gestão nas empresas onde os(as) jovens líderes não entendem exatamente se assumem que são chefes, responsáveis por resultados, ou são amigos de todos, em todos os momentos. Tecnicamente podemos chamar isso de lacuna de gestão.

Consumo de querosene é KPI ou OKR ?

Em 2013 a Bárbara Ladeia, jornalista experiente da Revista Exame me contatou com uma pergunta, que na verdade era uma provocação. Ela procurava opiniões de especialistas sobre a decisão de uma grande empresas aérea brasileira (+100 aviões) pagar bônus para a tripulação técnica (pilotos) se uma meta de redução de consumo de querosene fosse atingida mensalmente.

Como estudei aviação no passado, sei quanto é complexo esse mundo. Para resumir a história, eu entendi como inovadora e polêmica a nova prática, por motivos razoavelmente que tocam o bom senso, ainda mais se tratando de um segmento em que a segurança é um fator crítico, onde tudo é pensado e repensado, com infinitos procedimentos e padrões das empresas e orgãos reguladores, práticas e sistemas com redundâncias, etc.

A conta de querosene passa de 40% do custo de operação na aviação, e um preço regulado no mercado internacional como “commodity”, e ainda com taxas de ICMS muito altas no Brasil, com diferentes brutais alíquotas entre os estados.

Faz muito sentido pensar que uma meta neste item para os pilotos seja de fato um OKR. Neste caso a meta aproxima o dia a dia do cargo de uma conta muito relevante, e que pode sim determinar um lucro ou prejuízo no todo da operação. Embora todos possam supor situações reais como…

  1. A vetoração de voos por aerovias, separação mínima, ou rotas diretas ponto a ponto não são decisões dos aviadores, depende de clima, trafego aéreo local, tempo de voo, áreas terminais congestionadas ou não. Mesmo com avanço do sistema GPS na aviação, a coisa não é tão simples.
  2. Não imagino aviadores responsáveis e profissionais que possam trocar uma premiação por risco maior de operação para “encurtar” uma espera em órbita, ou fazer curvas mais fechadas para reduzir distância, e consumo de querosene.
  3. Ainda que a regra pudesse ser tentadora para alguns, a opinião do cliente seria o fiel da balança desta discussão sobre desempenho. A sensação de uma curva fechada num avião de 80 ou 100 tons de peso produz efeito G de pressão sobre os passageiros um tanto desconfortável. O cliente neste caso (e em muitos outros) tem o poder de validar ou não o desempenho que o indicador se propõe a entregar como resultado.

Independente das discussões e se KPIs ou OKRs são a mesma coisa em embalagens novas, neste caso a abordagem de meta levando em conta o consumo de combustível pode ser entendido como um OKR apropriado.

Um outro ponto muito importante seria uma pergunta específica dentro das pesquisas de opinião dos cliente.

Sobre o autor

Marcelo Samogin, Diretor da REMUNERAR, consultoria especializada em remuneração estratégica e soluções de meritocracia. Nos últimos 30 anos atuou como profissional especialista em remuneração e executivo de RH nos segmentos de indústrias B2B e B2C, prestação de serviços e varejo de luxo. Fundou e lidera desde 2011 a consultoria REMUNERAR que atendeu mais de 50 clientes e projetos exclusivos de meritocracia desde 2011. Professor convidado da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) e Fundação Dom Cabral (FDC PAEX) para os temas Gestão de Pessoas e Remuneração Estratégica. Ex diretor do Grupo de Remuneração e Benefícios da AAPSA. Coordenador do Grupo de Remuneração Estratégica da ABRH-SP Região Oeste.

Sobre a Remunerar

A REMUNERAR tem por missão desenvolver soluções inteligentes de remuneração e recompensa que transformem os desafios de produtividade e crescimento de seus clientes em oportunidades para obterem resultados diferenciados através das pessoas.

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