Pesquisa revela que muitas são as alternativas para as empresas enfrentarem o racionamento de água. Enquete REMUNERAR, Abril de 2015
Os dados da pesquisa refletem impressões de cerca de 300 empresas de todos os portes, instaladas em 63 cidades e que geram cerca de 90 mil empregos diretos. Estudo recente da consultoria Remunerar revelou que há quase uma infinidade de formas criativas de lidar com a questão da falta d´água. Desde simples iniciativas de reforçar a comunicação interna para sensibilização dos funcionários sobre o tema até investimento significativo para construção de cisternas e sistemas de tratamento de água para reúso.
Não é para menos, os dados coletados entre as 337 empresas de serviços e indústrias mostram que para cerca de 48,1% delas a crise hídrica pode sim comprometer fortemente ou causar considerável impacto nos planos de crescimento do negócio. Este dado isoladamente já é preocupante e nos sugere o que há tempos estudiosos vêm falando – que a crise hídrica certamente impactará o PIB das regiões afetadas, seja na agricultura, na indústria e na prestação dos serviços.
Por outro lado, a percepção de engajamento dos funcionários também não é nada animadora – chega a ser alarmante. Segundo a percepção geral das empresas, cerca 32% dos funcionários apresentam engajamento baixo ou muito baixo para o racionamento, apesar dos esforços e intensificação da comunicação como meio de sensibilização destes, iniciativa esta apontada por mais de 10% das empresas pesquisadas.
Ao todos foram apontadas 1668 iniciativas implementadas por 337 empresas, ou seja, grosso modo, temos cerca de 5 iniciativas por empresa. Entre as iniciativas mais presentes estão a intensificação da comunicação interna, a troca de torneiras antigas por modelos mais modernos e econômicos, o reaproveitamento da água de chuva e a caça deliberada aos vazamentos internos. As 4 iniciativas mencionadas acima foram as mais votadas entre as empresas e somadas representam cerca de 30% de todas as respostas. Há iniciativas muito curiosas e oportunas, como promover oficinas internas para treinar os funcionários na montagem de cirternas residenciais, treinamentos para simulação e revisão dos processos produtivos com menos água, instalação de comitês internos especiais para trabalhar o tema propor ações, inclusive premiação por ideias e punições em caso de desperdícios.
Outro dado revelador é a estratégia ou forma de estabelecer objetivos de economia de água, ou a ausência destas. Cerca de 32% das empresas declararam que estabeleceram como meta economizar até 20% de água com as iniciativas implementadas. Ao mesmo tempo temos cerca de 52% das empresas que sequer estabeleceram um objetivo de economia para perseguir internamente, apesar da importância do assunto para o sucesso do negócio.
Os dados da pesquisa representam um universo de empresas instaladas em grandes centros, como São Paulo e outras cidades do interior do estado, distribuídas em instalações bastante distintas entre si. Sabemos que há oportunidades em todas as frentes e certamente que há limitações em razão do tipo de operação e instalação empresarial, mas com mudança de postura de consumo e algum investimento, pode se obter bons resultados, e se criar a cultura de que o recurso água, ao contrário do que pensava, é escasso atualmente e possivelmente será escasso no futuro. A correção da postura de consumo contribui muito para evitar e coibir os desperdícios. Sabe se que a região da Califórnia nos EUA é próspera e muito desenvolvida, o que poucos sabem é que hoje esta região tem um terço da pluviometria média anual da região de SP. Não há segredo, novos hábitos, investimento em processos de trabalho e produção mais econômicos são as reais saídas para lidar com a escassez.
O legado como oportunidade
Não há dúvidas que este momento provocará uma mudança radical de cultura. As lições desta época convidarão a todos para refletirem e entenderem que a cultura do desperdício é fatal para qualquer negócio. Esta lógica serve não somente para o recurso água. Amanhã poderemos enfrentar escassez de outro insumo de produção, independente do tipo de negócio e região. As empresas podem reinventar a cultura da eficiência do negócio, tendo como tema central o desperdício para treinar e qualificar funcionários, sensibilizando a todos sobre a nova ordem de preservação. Como o problema do racionamento afeta igualmente a todos, entendemos que as pessoas estarão mais sensíveis aos desperdícios de todos os tipos. A escassez de água afetará de forma grave diversos tipos de negócios, e por consequência o crescimento da economia, e com ela, a manutenção dos níveis de emprego.
Acreditamos fortemente que a cada crise, as pessoas, as empresas, as organizações saem mais fortalecidas em razão da experiência que vivem, e no caso da escassez de água não será diferente. Combater a cultura do desperdício será um novo valor corporativo. Aprenderemos a valorizar mais os recursos e especialmente a água, fundamental para a vida, muito além do mundo dos negócios.
Para receber o relatório completo com os gráficos e um conjunto de dicas sobre o que as empresas têm feito para enfrentar o racionamento envie um e-mail para contato@remunerar.com.br
Sobre o autor
Marcelo Samogin, Diretor da REMUNERAR, consultoria especializada soluções de meritocracia e remuneração estratégica. Atuou por 20 anos como profissional especialista em remuneração e executivo de RH nos segmentos de indústrias, prestação de serviços e varejo de luxo, desde 2011 lidera a REMUNERAR. Palestrante convidado da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) e Fundação Dom Cabral (FDC PAEX) para os temas Gestão de Pessoas e Remuneração Estratégica. Ex diretor do Grupo de Remuneração e Benefícios da AAPSA. Coordenador do Grupo de Remuneração Estratégica da ABRH-SP Região Oeste.
Sobre a Remunerar
A REMUNERAR tem por missão desenvolver soluções inteligentes de remuneração e recompensa que transformem os desafios de produtividade e crescimento de seus clientes em oportunidades reais de ganhos e resultados diferenciados através das pessoas.
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