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Desafios essenciais das empresas que mais crescem no Brasil

Por Marcelo Samogin, Diretor da REMUNERAR

Os números do ranking

57% das empresas PME que mais crescem no Brasil (Revista Exame PME, ranking 2012) pertencem ao setor de serviços, direta ou indiretamente. 30% das empresas do ranking entendem que a legislação trabalhista e seus desdobramentos são parte dos grandes desafios das PMEs. 78% das empresas entendem que a qualificação da mão de obra é outro importante desafio empresarial e fator de sucesso. 82% das empresas que mais crescem estão nas regiões Sudeste e Sul, mercados mais competitivos do país. Como receita de sucesso, 49% das empresas declararam que a criação de estratégias de remuneração atreladas às metas e objetivos, entre outras coisas contribuíram para aumentar as vendas, e reduzir custos e despesas para 36% das empresas.

Muitas são as opções para comentar e concatenar os dados acima à luz da experiência dos consultores da REMUNERAR. 24,3% das empresas que mais crescem são dos setores de informática, TI e internet, onde perto de 86% dos funcionários tem até 28 anos de idade, segundo a pesquisa salarial 2011 da ABRADI, segmentos estes com altíssimo grau de obsolescência do conhecimento, por conta das tecnologias quase mutantes empregadas, o que dificulta ainda mais sua fixação junto à mão de obra.

Ao contrário do segmento industrial, onde as máquinas ditam o ritmo, em serviços as pessoas (e sua qualificação) mais o grau de aderência aos processos de trabalho é que irão determinar em grande parte o sucesso do negócio, entregas e superação das expectativas junto aos clientes. Diferente das máquinas, que “insumos” os funcionários precisam para trabalhar e produzir bem? E aqui não nos referimos apenas aos salários competitivos e bons benefícios de proteção e segurança como um bom plano de saúde e odontológico, vai muito além disso. Não há espaço para reclamar da anacrônica CLT, embora 30% das empresas legitimamente declararam que as leis trabalhistas geram enorme arrasto, e não são flexíveis o quanto se necessita, e não serão no curto prazo. Temos hoje perto de 80 congressistas entre deputados federais e senadores que são oriundos ou ainda militam na atividade sindical, defendendo alguma classe trabalhadora, embora declarem que representam o povo, que os elegeram confiando seu voto. A partir deste cenário, que grau de flexibilização das leis trabalhistas podemos realmente esperar?

O desafio de qualificar a mão de obra está sendo enfrentado pelos governos em todas as esferas, e por outras empresas que já perceberam que a falta de qualificação dos trabalhadores será um gargalo e poderá reduzir o ritmo de crescimento do próprio negócio. É bem verdade que os melhores (e treinados) funcionários poderão ser convidados pela concorrência, mas este deve ser um risco calculado. Toda empresa precisa de turnover, não exagerado. O turnover controlado traz novas ideias, discussões, oxigena posturas e visões, além de cria diversidade dentro do negócio, valor aos clientes e aos acionistas.

Pessoas mais qualificadas exigem entre outras coisas que as práticas sejam fiéis aos discursos. Exige da liderança também mais qualificação para trabalhar o time. As discussões sobre governança corporativa podem e devem tomar rumos mais sólidos para fortalecer a confiança interna e evitar que os concorrentes levem os melhores profissionais por cem reais a mais de salário.

Evidente que além de um ambiente propício para o desenvolvimento e valorização interna faz grande diferença, especialmente entre os mais jovens, se pensar num pacote inteligente de remuneração, com benefícios aderentes ao público para fortalecer à confiança e a valorização interna para reter os melhores, e não pense que isto poderá custar muito dinheiro.

Receita de sucesso para crescer e reduzir custos

Como receita de sucesso, 49% das empresas do ranking declararam que a criação de estratégias de remuneração atreladas às metas e objetivos, entre outras coisas contribuíram para aumentar as vendas, e reduzir custos e despesas para 36% das empresas.

Remunerar os funcionários por objetivos, metas e resultados é uma enorme oportunidade para atrair e reter profissionais diferenciados. A redução dos custos e o aumento da produtividade gerado por tais programas (PLR, programa de bônus, premiação área comercial, outras campanhas) financiam no tempo os investimentos em qualificação, cursos e treinamentos, novos benefício e melhor remuneração variável, o que contribui para reduzir o turnover e seus custos totais, que são muito maiores que o custo financeiro da multa do FGTS e do salário de aviso prévio pago, cumprido ou não. Nossa experiência neste campo nos diz que o custo de demissão e substituição de um funcionário pode chegar a perto de 3,5 vezes o seu salário, sendo que neste caso adotamos uma premissa conservadora de que nos primeiros 30 dias o funcionário produz 80% de sua capacidade total, quando sabemos que para um cargo especializado ou de nível de liderança ou gerencial este prazo pode se estender a 6 meses.

Os empresários do segmento de serviços que entenderem de forma mais ampla as questões de qualificação, retenção, produtividade, remuneração variável certamente avançarão mais rápido frente aos concorrentes e alcançarão sucesso mais consistente no tempo. Grande parte das respostas essenciais sobre o sucesso das operações com uso de mão de obra intensiva não estão no campo da razão, e este é apenas um dos desafios deste novo ciclo de construção de um novo Brasil.

Como negociar o PLR sem que o lucro, faturamento e rentabilidade façam parte da conversa com o sindicato? Acesse o artigo “Implementando o PPR ao invés do PLR” e aprenda mais sobre as estratégias em torno deste tema.

Conheça os resultados da Enquete REMUNERAR sobre o que as empresas têm feito de novo para reter e atrair profissionais diferenciados. Para participar de novas enquetes sobre gestão de pessoas, remuneração e benefício, escreva para contato@remunerar.com.br.

Como remunerar os vendedores para venderem mais”. Este artigo comenta as estratégias de aumento de vendas e produtividade comercial através de um plano de remuneração variável mais aderente aos desafios e flexibilidade que o negócio exige.

No site da REMUNERAR você poderá publicar vagas de RH e selecionar entre os currículos cadastrados profissionais da área. Leia Mais.

Sobre o autor

Marcelo Samogin, Diretor de Negócios da REMUNERAR, consultoria especializada em remuneração estratégica. Atuou por mais de 23 anos como executivo de RH, especialista em remuneração e inteligência de negócios em diversos segmentos de indústrias, prestação de serviços e varejo de luxo. Professor convidado da Universidade Federal de Viçosa e Fundação Dom Cabral (FDC PAEX) para os temas Gestão de Pessoas e Remuneração Estratégica. Diretor do Grupo de Remuneração e Benefícios da AAPSA. Para mais informações escreva para: contato@remunerar.com.br ou acesse www.remunerar.com.br

Sobre a REMUNERAR

A REMUNERAR foi fundada em 2010 e tem por missão desenvolver soluções inteligentes de remuneração e recompensa que transformem os desafios de competitividade e crescimento de seus clientes em oportunidades reais de ganhos e resultados diferenciados através das pessoas. Para saber mais acesse: www.remunerar.com.br ou REMUNERAR no LinkedIn

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